Ker Dukey & K. Webster - Série Pretty
Stolen Dolls
🎃Por Viviane de Avalon🎃
Olá amores meus, como estão?
Hoje o meu post será diferente... Diferente por qual motivo? Por que
resolvi falar sobre um livro que li e me fez questionar até aonde a mente
humana pode ir, expondo uma tormenta de sentimentos... Raiva, ódio, humilhação, dor, amor, prazer, redenção e paixão em
uma única série Dark.

Isso mesmo! Você leu certo e não perdeu
nenhuma letra ou palavra que pudesse te enganar. Muitas pessoas tem preconceito
com livros dark, considerando-os fortes, intensos e profundos demais, sem ao
menos os lerem. Posso dizer que livro dark é um relato da vida real, experiências
que realmente aconteceram com uma pessoa e a mudou para sempre, quer seja para
melhor, quer seja para pior.
Estória dark não é apenas sobre sofrimento físico,
emocional ou espiritual, mas sim, um relato sobre o que a pessoa passou para
crescer – todos evoluem de alguma forma, inclusive os mentores dessas ações.
Mas, voltando ao livro, começo a discorrer pelas duas capas... O que foram
estas capas? As fotos não tem cor, não tem um fundo alegre, por aí você já
começa a sentir como essa estória mexerá com o seu coração e principalmente,
com o seu cérebro e como foi extremamente bem construída e desenvolvida.
A primeira foto do primeiro livro mostra uma
menina sentada, com um olhar vazio, as pernas cruzadas e uma janela pequena com
grades, permitindo a luz do sol passar. Não posso dizer logo de cara que ela
está quebrada totalmente, mas uma parte dela, já se perdeu e precisará de muito
amor, paciência e compreensão para recuperá-la. Viu? Nada é perdido para
sempre, tudo volta no tempo e momento certo. Já a segunda capa, mostra um homem
com o rosto sujo de foligem, com mãos cobrindo a sua face – pode ser as dele ou
a da vítima, ainda não consegui definir. O olhar dele é o que causa medo. É um
olhar predatório, vazio, desprovido de qualquer emoção, causando arrepios em
quem estivesse sob o seu foco.
Miss Polly had a dolly who was sick, sick, sick.
So she phoned for the doctor to come quick, quick, quick.
The doctor came with his bag and his hat,
And knocked at the door with a rat-a-tat-tat.
He looked at the dolly and shook his head,
And said "Miss Polly put her straight to bed.
He wrote a paper for a pill, pill, pill.
I'll be back in the morning with the bill, bill, bill.
A senhorita Polly tinha uma bonequinha que estava doente, doente, doente.
Então, ela telefonou para o médico vir rápido, rápido, rápido.
O doutor veio, trazendo sua bolsa e seu chapéu.
E bateu em sua porta com um rat-a-tat-tat.
Ele olhou para a bonequinha e sacudiu a cabeça...
E disse: 'A senhorita Polly a colocou na cama.'
Ele prescreveu um pílula, pílula, pílula.
Estarei de volta na parte da manhã com a conta, conta, conta.
Só de olhar para a capa, eu já senti que a
história seria intensa e não me decepcionei.
Os personagens foram extremamente bem
trabalhados, conseguindo expor os motivos que os levaram a serem daquele jeito,
mudando-os e moldando-os para sempre. Neste livro Dark não foi diferente.
Jade foi sequestrada junto com a sua irmã,
Macy, em um mercado pelo artesão Benny – filho do chefe da polícia, Stanton,
quando eram crianças e passaram boa parte de sua vida em cativeiro. Benny,
quando as sequestrou, viu a sua irmã, Bethany, refletida em Jade, pois elas
eram muito parecidas.
Como estava condoído de saudade de sua irmã,
resolveu levá-la e a considerava a sua bonequinha
perfeita. Já a irmã de Jade, Macy, era taxada de a bonequinha quebrada, não tendo tanto valor ou beleza. Elas cresceram,
mudaram e se transformaram sob o olhar atento de Benny.

Benny, que viu o seu pai estuprar, matar e
enterrar inúmeras garotas, era filho de pais psicopatas e neto de um homem tão
ardil quanto o seu pai. Crescer em um ambiente assim causa estragos profundos
no caráter da pessoa, permitindo ou não, que a vítima seja recuperada. E não se
engane, por mais que ele tenha as sequestrado, estuprado Jade e a consumindo
com o prazer que oferecia, tocando o seu corpo, espancando-as, ferindo e
destruindo Macy, ele foi uma vítima.
Você pode me questionar e falar: Mas Viviane, isso foi errado! Não foi uma
vítima! A pessoa tem escolhas na vida, podendo ser ruim ou não. Porque ele não
procurou ajuda? E eu irei te responder: Errado,
ele realmente estava. Mas foi uma vítima sim. Qual escolha ele tinha por ter
sido criado daquela forma e como poderia mudar, se ele sofria de transtorno de
personalidade? Ele era doente mental, com desvio severos de valores,
necessitando de auxílio e não teve nenhum.
A estória desenrola a partir
deste ponto. As autoras, Ker Durkey e K. Webster souberam trabalhar este
personagem controverso de uma maneira maravilhosa, e era necessário o segundo
livro para nos auxiliar a entender o motivo dele ser assim e como foi o seu
ponto de ruptura quando Jade conseguiu fugir.
Jade custou a se libertar das garras de Benny,
mas não conseguiu carregar sua irmã, deixando-a para trás e sob os mandos e
desmandos de seu captor. A partir daí, ela consegue se reerguer, retornando a
escola, se formando, entrando na polícia, conhecendo Dillon – que tem um papel
de suma importância para auxiliá-la a se curar, e Bo, o seu primeiro namorado,
amante e o homem que a auxiliou a canalizar todos os sentimentos e pensamentos
ruins que a rondavam.
Mas, mesmo com um namorado fantástico,
amoroso, atencioso, paciente e prestativo, Jade não se sentia segura com ele.
Conforme o tempo passou, ela percebeu que não o amava como homem e terminou
depois de pressioná-lo e descobrir que ele a tinha traído com uma colega de
trabalho. A justificativa para tal ato? Ela trabalhava demais com certo detetive, e esse certo detetive, atendia pelo nome de
Dillon.
Dillon oferece a ela os mesmos sentimentos de
Bo, mas com um diferencial: Ele a faz se sentir segura. Segura de que Benny não
irá pegá-la, e caso a pegue, ele irá salvá-la. E ele consegue. O envolvimento deles começa devagar, suave e
intenso, quando se encontram na academia de polícia, mas o amor só irá surgir
quando ela utilizá-lo para dar um chega pra lá em Bo e quando Benny conseguir
sequestrá-la novamente. Ela ainda tem que lidar com o assassinato de seus pais
e lamuriar ainda mais, quando descobre quem foi a mandante: A sua amada e
quebrada irmã, Macy.
Macy não tinha escrúpulo para conseguir o que
queria, nem a mente tão forte quanto a de Jade, mas que foi tão vítima quanto
os outros e acabou se tornando uma marionete nas mãos de Benny. Ela estuprou e
matou Bo, ajudou a sequestrar sua irmã, Jade, a viu ser estuprada novamente por
Benny e no final, ela também foi estuprada por ele. E Dillon surge como um
justiceiro, recuperando Jade, salvando-a.
A partir dali, eles conseguem acusar e prender
o chefe Stanton, recuperam a sobrinha de Dillon, Jasmine, que tinha sido
sequestrada por Macy e Jade descobre de uma maneira dolorosa, que Benny matou a
sua irmã, depois dela tentar matar Jasmine. Nesse meio tempo, Jade e Benny
começam a brigar, mas ela é salva por Dillon, após um tiro certeiro no ombro de
seu sequestrador e depois o prendem na cela pertencente ao sofrimento de Jade.
Dillon coloca fogo na casa, com Benny preso em
seu interior. E o grande desfecho é: Será
que Benny morreu ou não? No meu entendimento, ele não morreu, mas está
impossibilitado de tentar recuperá-la, ainda mais depois dela ter tido uma
filha com Dillon, estar grávida novamente, casada e tendo o seu tão sonhado felizes para sempre.
Enfim, compreenderam como é fácil amar um dark?
Quando a história/estória é bem feita, ela te prende desde a capa até o final.
Não existe estória ruim, o que acontece é o autor ou autora não trabalhar da
maneira correta. E serei clara com vocês, Dark é um dos gêneros que tem mais
proximidade com a nossa vida real, os nossos tormentos diários, além das
desilusões do dia-a-dia. Vemos isso todos os dias pelas redes sociais, jornais,
sites, seriados e novelas, então, por qual motivo não podemos colocar em um
livro?
Dark não é apenas sofrimento ou tormento ou
qualquer outra palavra que você queira utilizar para descrever este gênero tão
controverso, Dark nos mostra como as experiências vividas podem mudar uma
pessoa, afetando-as profundamente e modificando-as para sempre. Dark é uma
mescla do mundo literário com a vida real, nua e crua, preto no branco, nos
fazendo questionar tudo... E é isso que o torna tão polêmico, atrativo,
renegado e controverso!
Eu recomendo esta série e a classifico com
cinco estrelas de olhos fechados. Leiam dark com mente aberta, sem preconceitos
e com um olhar mais crítico. Nos falta essa crítica para ler os livros, ou
assistir um filme, série ou novela, pois devemos nos questionar sempre, somos
movidos por perguntas e sempre procuramos por respostas.
Retiremos os véus que cobrem os nossos olhos,
não nos permitindo apreciar mais de um gênero, por puro medo de descobrir o que
ele mostra. Permita-se ler e apreciar outros gêneros sem moderação,
continuamente aprenda algo novo e o mais importante, saiba que até mesmo uma
história em preto e branco, pode ter o seu final feliz ou não.
Espero que tenham gostado de minha resenha
queridos, aproveitem e comentem, me diga o que acharam, compartilhem o que
aprenderam.
Beijos de luz e fiquem com Deus meus amores.
Com amor, Viviane.
